segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

VAMOS A UM UM CONTO, FARRUSCO?

Tem aquele olhar de companheiro matreiro, atento, mas para mim de tanta meiguice.
A vida o ensinou a ter cautelas depois de tantas mazelas sofridas, essas sim mais que doridas pelas serranias em defesa e na procura do que havia perdido, a família..
Foi assim que o encontrei, era véspera de Natal, quase coberto de neve lá do alto de um penhasco,  olhando de modo ansioso, latindo de modo aflito para baixo, para o povoado...  
Estaria o meu amigo Farrusco em apuros?

  
O Farrusco, foi durante muitos anos o rei das serranias, um garante dos pastores e rebanhos, não havendo lobo que lhe metesse medos e amigo dos seus amigos, cujos olhos espertos não deixavam que fossem muitos por cautelas e não medos.
Aos poucos, fui fazendo parte da sua vida e ficamos amigos, do mesmo modo que os anos nos foram tolhendo e ele,  cada vez menos descendo a serra e eu a subindo ,mas ainda assim lá nos íamos vendo.
Nesse ano calhou o dia de consoada  ter tido durante a noite um nevão e a serra estar coberta de manto branco, mas tinha de cumprir como que sempre havia feito, levar um bom naco de carne e osso, ao meu amigo, afinal são para isso que eles servem, apesar do insólito da nossa amizade.
Fui guiado pelo seu uivar (mais que ladrar) pelo tom desesperado e alucinante que bradava aos céus e por tal eu me guiei para ir ao seu encontro por entre fragas geladas e eis que ele arregala estes olhos, como que dizendo, em boa hora vieste. Uma carícia, um lambe no rosto, ofegante e contente.
Mas eis que quase parece soltar um suspiro, se volta para trás e no sítio mais recatado e abrigado, tipo gruta, se enrodilhavam duas minúsculas crias de raposa cujos pais porventura caçados. as haviam deixado ao abandono e o Farrusco as protegeu das aves de rapina.
Feliz Natal, amigo.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

ESCREVEMOS SOBRE O QUÊ, FARRUSCO?

Sei lá, andas meio triste, amigos que perdeste, coisas que comigo passaste...
mas és tu o homem, se bem que sofro mais que tu, ou talvez não, pois tu escondes  coisas que me não contas, ao contrário de mim que sabes toda a minha vida e a narras por aqui, venturas e desventuras que um qualquer as pode ler, chorar ou rir. Mas final quem és tu?

"Porventura tens razão, por coisas que aqui vistes, mais alegres e mais tristes e eu armado em mentor para esconder a dor que tu carregavas demais, basta olhar para trás e ver  que tens passado e eu aos poucos partilhado nesta nossa aventura, amigo.
Este ano vamos celebrar outra vez o Natal juntos, Farrusco?
"Não me ofendas, claro que sim!".

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Pedro, poeta de causas.

Partiste no Outubro quente, boa viagem amigo, estou triste...

Raio do frio que aperta e nos deixa, assim
Quentes e dormentes
Raio da saudade de andar por aí, de leve pé
Descalço
Murmúrios da noite
Em sobressalto
Mitigado nas noites frias
Por ma fogueira
Indigente
Que aquecia a gente
E nos transportava
Por aí...
Quiçá, a gente acorde deste sono
Sem a vida ficar ao abandono.
(XicoAlmeida)

HIBERNAR EN EL TIEMPO LLENO DE RECUERDOS Y VIVENCIAS, CON EL FARRUSCO QUE HA FORMADO PARTE ÍNTEGRA DE NUESTRA INFANCIA. CON ESA BRISA SUAVE QUE IMPREGNA EL SABOR DE ESA ESENCIA QUE QUEDA MATERIALIZADA EN EL AIRE DE AQUELLA ÉPOCA Y LO PODEMOS DISFRUTAR EN NUESTRO PRESSENTE.MEMORIAS QUE TRANSMITEN MARAVILLOSOS MOMENTOS DE CONCENTRACIÓN Y AUTÉNTICA SENSIBILIDAD PASADA Y PRESENTE.
UN ABRAÇO FRATERNAL, XICO.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Ai farrusco...



Vai para quatro anos que escrevo para ti.... sobre nós.

Ainda por aqui andámos ao Deus-dará, afinal sempre foi assim, a gosto e desgosto, na nostalgia de não estar perto, mói!
Quando apareço, não me largas e contigo falo quando me acompanhas por vales e montes, que gostas,eu sei.
Amigo, vamos fazer um versito de camaradagem, os dois?
" Eu tenho um amigo
De há tanto tempo
Que digo comigo
Que o tempo não apaga
Venha chuva ou vento
Rajadas do tempo
O que nos agarra

Sempre fui fiel
A quem me cuidou
A tal agradeço
Aquilo que eu sou
Ser um nobre cão
Senão porque não
Aqui estaria
Por ter o meu mestre
Nesta nostalgia

Vai amigo, bem-hajas e bebe um copo por mim...

domingo, 12 de março de 2017

Escritor de sonhos...

Sabes  amigo, estou aqui meio tolo, atordoado a escrever para ninguém,  que a noite se vá vai adiantada. Tomara que passe depressa ,não achas?
Claro que não queres acordar dos sonhos, nossos devaneios e aventuras, mas tu estás velho, tal  como eu.  Corremos um caminho pequeno mas bonito, sempre juntos.


Talvez um dia gente volte, coisa difícil.
Cortaram os políticos a coisa melhor das nossas lembranças, a casa dos nossos avós e aquilo ali semeado. Vale a pena?
Vamos partir, Farrusco e deixamos:

Ouvia, amedrontado varios anos atras pelo que deles contavam, uns assassinos, mas nunca em tais vislumbrei lagrimas. Era por norma escuro e se tais tinham, tais guardavam. Porventura no momento em que os nossos  se acomodavam em suas casas, depois de recolhido e ordenhado o rebanho. Porventura fraco, melhor, mais remediado que o deles que os rebanhos eram escassos e cada vez mais mal nutridos.
Afinal e por tal, a coisa estava equilibrada, se a presatais tinham, tais guardavam. Porventura no momento em que os nossos  se acomoda rareava, o predador ia morrendo de fome...   
ordenhado o rebanho. Porventura fraco, melhor, mais remediado que o deles que os rebanhos eram escassos e cada vez mais mal nutridos.
Afinal e por tal, a coisa estava equilibrada, se a presa rareava, o predador ia morrendo de fome...   

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

HIBERNAR O TEMPO

Por aqui andamos no tempo do pouco tempo
Ajeitados no vento
De memórias  do nada
Fantasias...
Saborosas.

Descendentes de um escritor louco

Por entre misteriosas ruínas


De tantas aventuras e devaneios
Agora mostro o teu rosto


Vamos brincar, diz o Farrusco...

Raio do frio que aperta e nos deixa, assim
Quentes e dormentes
Raio da saudade de andar por aí, de leve pé
Descalço
Murmúrios da noite
Em sobressalto
Mitigado nas noites frias
Por ma fogueira
Indigente
Que aquecia a gente
E nos transportava
Por aí...
Quiçá, a gente acorde deste sono
Sem a vida ficar ao abandono.